Acordou com um grito. Estava gelado, e todo o seu corpo estava dorido. Aqueles pesadelos estavam a deixa-lo doido. Levantou-se devagar e olhou para a sua almofada e para a sua cama para ter a certeza de que tudo não passara de um sonho, felizmente estava certo. O chão estava seco e nada tinha acontecido. Foi até à casa de banho, não queria voltar a dormir. Há mais de duas semanas que aqueles pesadelos o atormentavam repetidamente. Olhou para o espelho vendo as suas enormes olheiras. Lavou a cara para de alguma forma tentar ficar com melhor aspecto. Então sentiu um sabor metálico na boca e um liquido para além da água a escorrer pelo nariz. Olhou para o espelho novamente e viu que sangrava desenfreadamente pelo nariz. Uma enorme dor de cabeça apoderou-se dele fazendo-o quase cair ao chão. O caudal do sangue que saia do seu nariz podia-se comparar ao da água que saia pela torneira. A sua cara estava a ferver, enquanto que o seu corpo parecia enregelar. Lavava a cara continuamente para tentar parar o sangue que saía pelo seu nariz. Começou a cuspir grandes coágulos de sangue que o começavam a atrofiar. A dor de cabeça não parecia querer abrandar. Mas passado algum tempo, finalmente o caudal sanguíneo proveniente do seu nariz diminuiu. A pedra branca do lavatório encontrava-se totalmente vermelha, nem a agua que saia continuamente da sua torneira conseguia limpar totalmente aquele sangue. Por fim saiu dali. Pegou numa toalha, também branca, que mudou de cor passado alguns minutos, e foi para o seu quarto. Mal via o que o rodeava, as dores de cabeça toldavam-lhe a visão. Afastou a toalha de si, acabando de limpar o sangue e vestiu-se. Olhou para o relógio, cinco e meia da manhã, boa altura para começar o dia, embora este nem sequer tivesse nascido ainda. Saiu do seu apartamento, ainda em jejum e carregou no botão do elevador. Logo se lembrou de no seu sonho ter descido pelas escadas a correr. A dor de cabeça ainda o atormentava, mas logo passaria pela farmácia para comprar algo. O elevador não tardou em chegar, entrou e carregou no menos um que iria dar à garagem. Estupidamente no sonho não se lembrou logo do carro. O seu toyota celica preto metalizado encontrava-se apenas a alguns metros da saída do elevador. Entrou pensando em sair dali para ir tomar o pequeno-almoço, mas lembrou-se que era demasiado cedo para que uma pastelaria estivesse aberta. De qualquer das formas saiu dali, conduzir ia faze-lo relaxar. Após alguns quilómetros resolveu parar um pouco. Não podia ir muito longe, a gasolina não seria infinita. Ficou a olhar para o relógio no carro, mas o tempo parecia não passar. Sete e vinte da manhã. Sete e vinte e um… sete e vinte e dois. tinha que sair dali. Fez um pião e voltou para trás. Olhou pelo espelho retrovisor para ver se já se poderia avistar algum carro pois até então não avistara nenhum. Saltou de susto quando viu os seus olhos reflectidos. Aqueles olhos verdes estavam completamente deformados e dilatados. Estavam vermelhos como sangue. E a sua pele estava cinzenta. Por pouco não se despistou, olhou novamente, já se encontrava normal. Desta vez só parou quando chegou a uma pastelaria perto do seu prédio, o que não demorou muito, visto a partir daí ter acelerado para velocidades consideráveis. Saiu do carro e caminhou alguns metros até à porta da pastelaria. As dores de cabeça já haviam acalmado, mas ainda não tinham cessado. Entrou, a pastelaria encontrava-se praticamente vazia, apenas lá estava uma empregada ensonada. Pensou no que comer, e decidiu que apenas ia beber um café, não conseguia meter nada no estômago. Não demorou lá muito tempo, tinha que ir trabalhar, tinha que se concentrar em algo. Olhou para um jornal pousado numa mesa quando ia a sair, sábado, já não se lembrava que estava no fim-de-semana, parecia que afinal não ia trabalhar. Assim que saiu da pastelaria a dor de cabeça voltou a intensificar-se. A visão toldou-se e quase que se apagou totalmente. Que dores, não sentia mais nada para além daquelas dores. Cuspiu sangue coagulado que ainda tinha na garganta. Andou até ao seu carro, mal lá conseguindo chegar. Tentou abrir o carro, mas não conseguia colocar a chave na fechadura. Mal se conseguia manter de pé, mal conseguia respirar. Desistiu. Sentou-se no chão para tentar recuperar. Baixou a cabeça e recomeçou a sangrar. Passado alguns minutos foi abordado por alguém que o pontapeou levemente e o chamou. Levantou a cabeça e viu uma sombra ao longe num beco, uma sombra com os olhos vermelhos que rapidamente desapareceu do seu campo de visão.
-O senhor está bem? – Perguntou uma voz próxima de si.
Levantou os olhos pesarosamente para ver quem era o interlocutor daquela pergunta. Apenas teve tempo de esboçar um pequeno não antes de desmaiar.
uuuuuuuuuuuuuuuuh! sombra de olhos vermelhos ao fundo da rua! eu kero mais xD
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