A vida é injusta e dolorosa, não temos o que queremos, quando queremos, a vida é mesmo assim, mas nem tudo é mau, por vezes uma pessoa pode fazer a diferença e dar-nos uma verdadeira razão para viver
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Pesadelos - II
Sangue, a sua almofada estava ensopada em sangue. Saiu da sua cama assustado, caindo ao chão. Estava encharcado em suor frio e achou deveras estranho sentir algo quente no seu chão. Não sabia se queria saber o que era aquele líquido quente e um pouco espesso, no entanto abriu os olhos. No chão estava uma grande poça de sangue que escorria da sua cama. Não ia ver o que lá se encontrava. Levantou-se de sobressalto, vestiu a primeira coisa que encontrou e saiu dali a correr. Vivia num quarto andar, carregou no botão do elevador, mas não conseguia esperar. Correu pelas escadas sem sequer ver por onde ia. Tudo lhe doía, mas não conseguia dizer exactamente o quê. Todo o seu corpo estava ao rubro, sentia que este se estilhaçava por dentro. Saiu do seu prédio por fim. Era muito tarde, não se via ninguém a pé na rua, apenas um ou outro carro andava pela estrada, a velocidades relativamente elevadas. Olhou para o céu sem nuvens bastante estrelado pensando no que lhe estava a acontecer. Continuou a olhar para aquele céu e para aquela lua cheia durante alguns minutos até que resolveu sair dali, não sabia o que se passava com ele ou com aquele lugar, só sabia que não poderia ficar ali especado. Virou à direita, não sabia para onde ia, mas isso não era muito importante. Começou a correr. Ouviu paços, paços que não eram os seus e abrandou. Ouvia os paços à sua frente mas não via nada nem ninguém. Perguntou-se se não seria melhor voltar para trás, mas não podia ter medo de tudo à sua volta, tinha de continuar em frente. Saiu da luz do candeeiro que estava por cima de si e viu o dono dos paços, ou pelo menos a sua sombra. Olhou durante uns segundos, mas apenas viu a sombra que não se apercebera da sua presença. Estacou por fim. A sombra não tinha realmente um dono, era apenas uma sombra que se movia espontaneamente. A sombra tinha uma forma humanóide, talvez um pouco mais alta e fina que o normal. Também a sombra parou. Não podia ser bom sinal. Esta virou-se para trás, para ele e este viu a sua face que o fez cair para o chão de costas. Tinha uns olhos vermelhos e fundos, e o seu rosto era cadavérico. Levantou-se e correu na direcção de onde havia vindo ainda agora. Ao virar da esquina viu algo estendido no chão. Era um homem, mas tinha o rosto coberto com um boné. Rapidamente se aproximou dele para ver se este se encontrava bem. Levantou o boné e o seu estômago deu duas voltas. O rapaz, que deveria ter aproximadamente dezassete anos não possuía olhos, tendo apenas dois buracos no globo ocular, e a sua pele apresentava um tom enegrecido e seco. Voltou a correr. Mas não foi muito longe, uns metros mais a frente sentiu uma mão fria segura-lo no ombro para que este se voltasse para trás. Aquela mão parecia feita de gelo pois sentiu-a por cima da roupa. Voltou-se, mas nada viu. Apenas sentiu um frio que o gelava por dentro. As lágrimas soltaram-se dos seus olhos por instantes e lembrou-se de alguém. Tinha que a encontrar. Correu na direcção do seu prédio, afinal de contas, tinha sido estúpido em ter saído a pé. A luz da lua foi subitamente tapada por uma enorme nuvem. Não ligou, apenas queria chegar a casa para fugir dali. Em corrida não demorou muito tempo a chegar à entrada do seu prédio, mas antes não o tivesse feito, à entrada encontrou o porteiro enforcado com uma corrente bastante grossa. Ele pingava sangue, formando por baixo de si uma poça de sangue. Segundos depois começaram-se a aglomerar mosquitos à sua volta. Foi então que olhou para o céu novamente e viu que aquela gigantesca nuvem que tapava o céu de toda a cidade estava viva, era uma nuvem de insectos. Ouviu um grito. Um grito de mulher mesmo à sua frente. Era ela. Estava do outro lado da rua, apenas tinha da atravessar. Também ela começava a ser atacada por mosquitos. Correu na sua direcção, mais uns metros e iria alcançar a mulher que amava. Então vindo do nada, como se de uma corrente de ar se tratasse, apareceu um enorme camião que lhe acertou em cheio desfazendo o seu corpo… pelo menos morreria a olhar para a coisa mais bela que já vira.
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O final foi um bocado..., digamos... "chocante"
ResponderEliminarBRUTAL! mas mesmo que nao me dissesses eu sabia que nao irias acabar assim a historia por isso move your ass and make more xp
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