Continuou a correr. Não podia ser descoberto. Não o podiam apanhar. Mas de quem estava a fugir? Bem, tinha apenas de sair dali, tinha que procurar ajuda. Quem o havia posto naquela situação certamente também haveria de saber tirar. Mas há anos que não falava com ele, não sabia qual seria a sua reacção, mas tinha de ser, não tinha outra escolha. Seguiu a pé até à rua do seu prédio, que demorou um pouco pois era longe. Procurou nos bolsos das calças as chaves. Encontrou-as e subiu ao seu apartamento, tinha de procurar em papéis antigos a morada do amigo. A procura demorou um pouco, a dor de cabeça não ajudava, mas por fim encontrou o que procurava, uma lista que havia feito há vários anos com os nomes e as moradas dos seus melhores amigos. Reatava saber se ele ainda morava no mesmo sitio, certamente que não mas os seus pais ainda lá deveriam morar e ir-lhes-ia pedir a morada do filho. Foi até à cozinha, não comia nada há demasiado tempo e o seu estômago queixava-se com demasiada intensidade. Bebeu apenas um copo de leite, mais que isso o seu estômago não iria aceitar por muito tempo. Saiu do apartamento e carregou no botão do elevador. Demorou um pouco a chegar mas tinha de esperar, não existiam escadas para a garagem. Entrou no elevador e carregou no menos um. No terceiro andar entrou mais uma senhora que seguiu até ao primeiro e saiu não dizendo nem uma palavra. Estava já perto do seu destino quando o elevador parou. Carregou intensivamente no botão do menos um mas o elevador não queria mexer. Uma luz de presença era toda a luz ali. Olhou para uma das paredes de metal e saltou quando viu uma sombra de olhos vermelhos em vez do seu reflexo. Voltou a olhar e era apenas o seu reflexo e o elevador voltou a funcionar levando-o até à garagem. Assim que saiu do elevador lembrou-se que o carro não se encontrava ali e seria uma grande sorte se não tivesse sido rebocado da frente da pastelaria. Voltou a entrar no elevador, esperando que este não voltasse a parar. Subiu até ao rés-do-chão e saiu. Teria que andar até à pastelaria, mas não era muito longe. Chegou lá em alguns minutos. Miraculosamente o seu Toyota célica ainda se encontrava no mesmo local que o tinha deixado antes de ser levado para o hospital. Dois polícias encontravam-se na rua a discutir e ficaram espantados quando entrou no carro, o ligou e arrancou nele a toda a velocidade.
-Como é que o reboque não arrancou o carro do sitio e ele agora andou?...
Acelerou, tinha que despachar a chegar antes que um desastre acontecesse. Não ia demorar a chegar ao destino, não era muito distante, mas quanto antes resolvesse aquilo melhor. Chegou em alguns minutos, era agora, ia resolver todos aqueles tormentos. Quem lhe dera ter acordado para aquele problema antes, antes de ter perdido o mais importante que poderia ter perdido.
EU QUERO MAIS!
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